CRISE DO CORONAVÍRUS

O distanciamento social é uma medida importante no combate da coronavírus que tem causado temor provocado pelas incertezas da pandemia, podem abalar a saúde emocional, causando estresse e ansiedade na sociedade, mas a medida também afetou o comércio dos bairros deixando muitos comerciantes assustados, sem ação e perspectiva para o futuro.

Em meio a tudo isto como empresas e empreendedores podem sobreviver e continuar gerando empregos?
Os comerciantes estão tendo que reinventar para manter as vendas criando alternativas. Os bares e restaurantes estão oferecendo o serviço de delivery para quem não se arrisca sair de casa e o Pague & Leve para quem arrisca sair para as compras.
O Bar da Cida tradicional na gastronomia de boteco, criou o Bar da Cida Em Casa com a opção de ter os tira-gostos pelo delivey ou Pague & Leve

Outro seguimento que viu as demandas aumentarem em 15 % foi o das drogarias, segundo informou o SEBRAE. O apelo é para que o consumidor compre no comercio do bairro.

Comércio do bairro vai sobreviver

Se recorrermos ao cancioneiro contemporâneo brasileiro para definir a situação do mundo alguns leitores escolheriam: O dia em que a terra parou, do Raul Seixas ou Pare o mundo que eu quero descer, do Silvo Brito? Talvez. Diante da situação o melhor recorreu ao cantor/compositor Lenine com a música Paciência que tem estrofe: “Mesmo quando tudo pede, Um pouco mais de calma, Até quando o corpo pede, Um pouco mais de alma, A vida não para”
Como a vida não para, os comerciantes da Região Norte estão buscando resposta e soluções para superar a crise do COVID-19 causou ao comércio. Os decretos municipal e estadual limitaram o funcionamento do comercio e impôs o isolamento social restringindo a circulação das pessoas.
O distanciamento social é uma medida importante no combate ao novo coronavírus que está longe de ser um problema do passado.
O afastamento repentino das atividades diárias e até dos familiares aliados ao temor provocado pelas incertezas da pandemia podem abalar a saúde emocional, causando estresse e ansiedade. Enquanto isso, outros grupos de pessoas estão vivenciando ansiedade sobre o futuro econômico do país. As previsões não são as melhores, mas é hora de acreditar com um pouco mais de alma que podemos virar o jogo.

Pensando Positivo

Alaim Freire da Casa Nino optou em colocar uma faixa na porta da loja divulgando
o número de contato

Entidades como SEBRAE, Fecomércio e CDL têm mobilizado junto aos governos para minimizar o impacto financeiro na economia. Por sua vez os governos, federal, estadual e municipal estão divulgando diariamente medidas para proteger as empresas, resguardar os empregos e socorrer aqueles que estão às margens da sociedade e/ou na informalidade.
As entidades de fomento do varejo estão estimulando os lojistas com campanhas publicitárias para o consumidor efetuar suas comprar no comércio de bairro. Além disso, o Sebrae orienta o pequeno varejo a se reinventar para manter o negócio. O mercado da moda e móveis é são segmentos que ainda enfrentam a perda do apelo de compra, já que neste momento de crise, a moda ou compra de móveis se torna um consumo considerado não essencial se comparado à alimentação, saúde, dentre outros.


Muitos comerciantes da Região Norte fecharam as portas e estão sem qualquer atendimento ao público, alguns ainda tentam de alguma forma realizar venda. Alaim Freire, Casa Nino que há 45 anos tem comercio no Tupi, optou em colocar uma faixa na porta da loja divulgando o número do seu celular para contato de clientes e atendimento agendado. Com isso tem conseguido efetuar algumas vendas e receber as prestações dos clientes. “Temos que seguir as normativas (decreto) do prefeito” diz o comerciante de 69 anos e está no grupo de risco para o Covid-19. Já Marco Aurélio, tem uma loja de confecções e não vê uma maneira de driblar a situação. “A roupa no momento não é prioridade para o consumidor”. Para Marco Aurélio e Alaim que consumidor está priorizando a alimentação e os demais comércios deverão aguardar as medidas do governo para tranquilizar os comerciantes.


De acordo com a Coordenadora Nacional da Moda do Sebrae, Anny Santos, o pequeno varejista de moda deve aproveitar o momento para se reinventar e enxergar as possibilidades de negócio que caibam no bolso e atendam às necessidades do cliente, que também sofre com a crise. “Utilize o momento para replanejar o negócio e tomar decisões rápidas adaptadas ao momento. Reveja seus processos e explore como investir seu tempo, como os funcionários podem colaborar em Home Office e quais as adequações financeiras são necessárias para o período”, destacou. É um conselho que se aplica para qualquer atividade.
Preocupado com futuro da economia e dos negócios pós-pandemia COVID-19, Paulo Nunes da Silva, dono da Cia do Sanduíche, está buscando respostas para o impacto que o isolamento social e as regras para o funcionamento do comércio impostas pelos decretos poderão causar.


Há 32 anos funcionando no Floramar ele tem mais três pontos de vendas na Região Norte. Em um dos restaurantes e lanchonete especializada em sanduíche, Paulo viu mais de 70% dos clientes de almoço diário sumirem. “Somente aqueles clientes que moram perto tem vindo comprar no restaurante”, explica. Antes da quarentena o serviço de entrega era somente à noite para os sanduíches e pizzas. “Houve uma tentativa de implantar no almoço, mas a procura foi baixa”, por o cliente não está acostumado. Paulo explica que as vendas à noite é que tem mantido o faturamento da empresa.

Reinventando o negócio

No Restaurante Maná o delivery tem sustentado as vendas
Um novo serviço, Bar da Cida Em Casa, o cliente escolhe ou delivery Pague & Leve

Se para alguns comércios está complicado ajustar ao funcionamento para realidade do isolamento social imposta pelo COVID-19 outros estão conseguindo acertar os passos com a nova economia.
É o caso do Restaurante Maná no bairro Guarani teve aumento no seu delivery explicou Watson que além da restaurante no Waldomiro Lobo tem outro no Santa Efigênia. Para Watson aquele restaurante que tinha o serviço de entrega saiu na frente e que esta mantendo o funcionamento. As pessoas não estão saindo de casa e tem apelado para os pedidos pelos aplicativos, telefone ou saindo de casa para comprar alimentação.


“É um privilégio de termos o delivery por que se não fosse isto fecharíamos literalmente, os clientes vão até a loja, buscar o marmitex, porem diminuiu muito a demanda na porta em mais de 80%, mas em compensação o nosso delivery deu uma melhorada, pelas pessoas não saírem de casa, elas pedem em casa, realmente ficou bom.” diz Watson acrescentando que com a crise o comercio vai se reinventando com mais excelência nos serviços de entrega.
Outra mudança no restaurante foi o cardápio para atender aos pedidos de marmitex, diminuíram as variedades de saladas ao contrario do que era encontrada no self-service.


Quanto aos produtos Watsom explica que tem encontrado de tudo que precisa para abastecer o restaurante, porém os preços têm aumentado e dá o exemplo feijão que teve elevação significativa.


Um dos bares mais conhecido da Região Norte, o Bar da Cida ganhador de concurso “Comida di Buteco” e outras premiações, de teve as suas vendas afetadas. Tradicional ponto da gastronomia de buteco implantou o “Bar da Cida Em Casa”. Cida, Chicão e filho Rafael estão contando com o apoio de dois dos 10 funcionários para a atender aos pedidos. Os demais estão em casa.


O “Bar da Cida Em Casa” surgiu da necessidade de manter o bar funcionando e aos poucos os clientes estão procurando explicou Chicão. Os clientes têm duas opções no atendimento, PAGUE & LEVE fazendo pedido pelo telefone e retirar na porta do bar ou pelos aplicativos incluindo whatsapp.
Chicão explica que “aos poucos os clientes tem ligado e aparecido, eles não sabiam que a gente estava funcionando e como a gente não tinha o serviço anteriormente ainda são poucos os pedidos, mas cada dia aumentando.” diz o Chicão completando a informação que não todos os tira-gostos estão disponíveis no cardápio para “Bar da Cida Em Casa”.que trazem mais segurança e tranquilidade”.

As entregas aumentaram

Os serviços de entrega aumentaram – foto Agência Brasil

Um seguimento do comércio que aumentou suas vendas com o delivery foram as drogarias. Segundo informações do Sebrae, as farmácias estão na contramão da crise da pandemia do coronavírus. O seguimento tem experimentando um incremento de 15% nas demandas.
Na Drogaria Areal, no bairro Tupi, Cristiano Areal teve que reforçar os serviços de entrega e contratar mais balconistas devido ao fluxo de clientes na loja que estão procurando mais por produtos de higiene pessoal, alguns analgésicos e principalmente “o álcool em gel que está faltando no mercado e foi difícil para repor o estoque” diz Cristiano.


Na drogaria DMJ no bairro São Bernardo também teve uma demanda maior dos consumidores por medicamentos como analgésicos e os EPIS (luvas, máscaras) explicou Paulo Henrique Carneiro. Ele teve que afastar três funcionários por estarem dentro do grupo de risco recomendado pelo Ministério da Saúde.


Carneiro, além da crise na saúde, também está preocupado com economia. Ele apoia as medidas de isolamento social para minimizar o impacto na saúde pública. Na economia “espero sairmos da mesma forma que entramos” diz Carneiro. O comerciante defende a ideia da campanha que o consumidor dê preferência para as compras dos micros negócios da região “são eles que tocam a nossa economia, é bom para todos”


O analista Geraldo da Costa, da unidade de competitividade do Sebrae, lembra que as farmácias – pelo fato de continuarem atendendo ao público – devem redobrar os cuidados para evitar a contaminação dos funcionários e clientes. “Iniciativas como criar horários alternativos para atender aos grupos de risco, fazer marcações na fila para que seja obedecida a distância mínima entre as pessoas, criar barreiras protetoras nos caixas ou realizar atendimento em domicílio são alguns cuidados que trazem mais segurança e tranquilidade”, comenta Geraldo.