Projeto Social Paroquia São Francisco Xavier

Projeto social do bairro Tupi precisa de ajuda

Projeto social do bairro Tupi precisa de ajuda

A pandemia da Covid-19 apresentou uma questão social que estava invisível aos olhos de boa parte dos moradores da Região Norte de Belo Horizonte. A quantidade de pessoas que estão em situação de vulnerabilidade social. Destaque para aqueles que estão sem condições de pagar o aluguel de suas moradias por perderam as suas atividades de geração de renda, exemplos: as diaristas, muitas delas são as mantenedoras da família e prestadores de serviços autônomos que vivem de fazer bicos. Neste grupo da vulnerabilidade inclui pessoas que estão morando nas ruas por problemas de convivência social familiar, alcoolismo e usuários de drogas. Agora a fome bate na porta e elas recorrem aos projetos sociais em busca de socorro. 

 

Semanalmente o grupo Operários do Bem distribui 200 marmitas – foto: Marcos Silva / JCA

Neste contexto, o grupo de voluntários da Paróquia São Francisco Xavier se viu diante do dilema de fazer alguma coisa para minimizar as dores destas pessoas que estão com fome.

A coordenadora de ação social da Paróquia, Fátima Morais, conta que os voluntários se inspiraram no trabalho das irmãs Maristas, que moram no bairro Tupi, que de segunda à sexta-feira servem marmitas para o público em situação vulnerável.

“A gente iniciou, de então, a principio de 15 em 15 dias, começamos a juntar no Centro Social Padre José de Anchieta, juntamos os voluntários, não tínhamos verba nenhuma, a paróquia sem nenhuma verba e a gente começou a tirar do próprio bolso mesmo e fazia o cardápio e a gente oferecia um almoço no sábado no centro social prá essas pessoas.” diz Fátima.

Além da refeição, os voluntários oferecem o acolhimento social ouvindo as suas dores e dão conforto espiritual. A repercussão foi positiva e o público que precisava dos atendimentos aumentou e foi necessário ofertar mais o almoço semanalmente, sempre aos sábados. “Cada vez que a pandemia avançava o público aumentava”, por outro lado teve a adesão de mais voluntários. Foi quando o grupo ganhou o nome de Operários do Bem. Para melhorar a autoestima das pessoas foi incluída a celebração dos aniversariantes do mês com direito a bolo e passaram a dar sobremesa junto com as marmitas.

Outro público tem aparecido no Projeto precisando de ajuda. São pessoas que estão desempregadas e têm enfrentado dificuldades para alimentar a família, e muitos deles recorrem às marmitas servidas pelas Irmãs Maristas durante a semana e aos sábados almoçam no Centro Social Padre José de Anchieta.

Todo este trabalho não tem qualquer colaboração de órgãos públicos, exceto do vicariato social da Arquidiocese de Belo Horizonte, que ajuda com uma quantidade de alimentos. Um sacolão do bairro doa verduras e legumes.

 

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Além deles, o projeto entrega marmitas semanalmente a um grupo de pessoas que moram em barracas de lona atrás do Conjunto Maristela na Via 240. Todo sábado por volta das 11 horas, uma equipe leva 40 marmitas que são distribuídas para os sem casas. No último natal, além de marmitas, os voluntários distribuíram panetones e kits de higiene pessoal.

Os números da filantropia

Este projeto começou na gestão do Padre Passos e com o retorno do Padre Donizete houve um incremento. O pároco voltou há dois meses à paróquia que comandou durante cinco anos. Ele conseguiu, no seu círculo de amizade, alguns doadores que têm contribuído com depósitos na conta bancária da Paróquia. “Este dinheiro é usado quando os recursos dos voluntários não dão para bancar e custear o gás que é muito caro, aí a gente utiliza desse dinheiro”, diz a coordenadora.

Em 2021 foram 7.949 refeições para 1304 pessoas. Mas o grupo precisa de ajuda e apela para a contribuição do comércio local – foto: Marcos Silva / JCA

Fazer filantropia é surpreendente, seja pela mobilização, impacto na sociedade e pelos números. O grupo Operário do Bem tem 61 voluntários que são pessoas da comunidade da Paróquia São Francisco Xavier (11 igrejas em uma área de abrangência de cinco bairros). Em 2021 eles realizaram 74 encontros semanais. Atenderam 1304 pessoas e serviram 7.949 refeições. Fátima explica que são distribuídas cerca de 220 marmitas aos sábados. Nem sempre são as mesmas pessoas que são atendidas, mas há recorrências principalmente nos casos dos alcoólatras que ficam perambulando nas ruas dos bairros e as pessoas em situação de rua. Têm pessoas que vem do bairro Heliópolis, em busca de uma marmita “algumas ainda levam para o jantar ou para compartilhar com alguém”. Diante dos números tão expressivos, o grupo se pergunta: “como demos conta?” diz Fátima Morais lembrando diante dos altos custos do preço da alimentação.

Quanto ao grupo de voluntários, ele é ecumênico, entre os voluntários existem evangélicos de várias denominações, segundo explicou o Padre Donizete. Ele afirma que a sintonia é completa entre os voluntários e antes de começar o atendimento há o momento de celebração ecumênica com orações e pedido de proteção celestial. E acrescenta que eles estão de braços abertos para receber todos, seja voluntário e quem precisa de ajuda.

O padre lembra que a campanha surgiu do conceito das Campanhas da Fraternidade e tem o apoio dos vizinhos da Igreja de Fátima.

As doações são necessárias

Boa parte das doações vem do próprio grupo de voluntários. “São pessoas que são assalariadas que contribuem com um pouquinho, alguns com o arroz (e outros alimentos) e o cardápio é pensando de forma que fique mais em conta, mas mantendo a qualidade”, diz Fátima explicando que eles recorrem ao frango ou linguiça que diminui no custo final do almoço. Outras pessoas do grupo colaboram doando serviço, fazendo o rodízio entre as equipes.

Padre Donizete é o Pároco responsável da Paroquia São Francisco Xavier – foto: Marcos Silva /JCA

Uma nova ação está prevista para este ano de 2022 envolvendo as pastorais. Cada Igreja no dia do seu padroeiro fará arrecadação e oferecerá almoço. Outra ação será feita com apoio dos Vicentinos para visitar as pessoas em suas residências com alguma contribuição.

A Coordenação de Ação Social pede à população que contribua com o projeto. Podem ser com alimentos, roupas (durante o almoço aos sábados tem o Varal Solidário para aqueles que precisam de roupas), ou ajudar nas atividades na cozinha ou servir as pessoas.

 

 

 

Para contribuir ou mais informações podem fazer contato na Casa Paroquial na Rua José Lins do Rego, 444 – Tupi | Tel.: 3309-9677 Falar com Fátima Morais.