Câmra Municipal de Belo Horizonte

Vereadores e a terra de ninguém – Editorial

Sorria, vim atrás do seu voto de novo

 

Belo Horizonte está dividida em nove regiões administrativas, sendo que a regionalização começou na década de 1970 com a criação das Regionais Barreiro e Venda Nova a Regional Norte que ficaram conhecidas como subprefeituras.

Em julho de 1985 o prefeito Ruy Lage sancionou a Lei 4158 que permitiu a criação das demais Regiões Administrativas, entenda Regionais. A região de Venda Nova foi desmembrada, dando origem à atual área da Regional Venda Nova, à Regional Norte e a uma parte foi para Regional Pampulha. Em dezembro de 2000, com a Reforma Administrativa, as regionais foram redefinidas como Secretarias Municipais da Coordenação de Gestão Regional. E na gestão que começou em 2017 as Regionais perderam a condição de Secretarias e tornaram Coordenadorias de Atendimento. De forma bem resumida estão no contexto da administração municipal, as Regionais são para acolher demandas da população, fazer interlocução e apoiar as políticas públicas da cidade.

Na prática, as Regionais serviram para os vereadores acomodar os seus apoiadores de campanha, o famoso QI da abreviação de Quem Indica. Nos bastidores da política municipal, quando acontecia distribuição dos QI’s, diante do desdém para com a Região, o que se ouve é o seguinte: “Sobrou a Norte, se você quiser!”

Neste contexto que faço um recorte da atuação dos vereadores de Belo Horizonte em relação à área de abrangência da Regional Norte. É lamentável como nós, moradores, somos tratados pelos ocupantes do Legislativo Municipal. Raramente as demandas dos nossos bairros são acolhidas por algum vereador ou vereadora que possa dar o encaminhamento na Prefeitura. Somos tratados com segregação de tal forma que nem direito a informação a população é contemplada, mesmo que seja com negativas das demandas da Região Norte. Dou como exemplo as nossas reportagens na questão do remanejamento dos usuários dos Centros de Saúde que gerou insatisfação em boa parte da população. Nada de solução efetiva, lamentável.

A relação com a com as lideranças sociais havia melhorado de nível com as políticas de governo que envolvia a participação da população. Mas agora a tendência é piorar com aprovação da Lei Municipal do Orçamento Impositivo. Para conseguir que alguma demanda para região, “o balcão para demandas” será o Gabinete do Vereador (a). Se o ele foi bem votado na Região, a chance são boas para as demandas serem acolhidas. Alguns vereadores retomaram o instituto da “Visita Técnica” em que a comitiva de assessores que visitam o bairro é maior que a presença de moradores para debater a implantação, por exemplo, de um redutor de velocidade. A “Visita Técnica” é improdutiva.

No caso da Regional Norte a situação será pior, pois é conhecida como “Terra de Ninguém” por não ter um representante na Câmara Municipal. Mas eles estão de volta, a Eleição tá batendo na porta.
#sorriavimatrásdoseuvotodenovo

Foto: Abrão Bruck | Arquivo – CMBH

Marcos Silva
Diretor e Editor
Jornalista e Publicitário