Tupinense faz aniversário sem festa

O tricolor da Região Norte completa 55 anos no mês de maio. Fundado em 10 de maio de 1965, no inicio tinha o nome de Associação Atlética Tupi, clube criado pela família do “seu” Conde. Além do Tupi o bairro tinha o Botafogo Futebol Clube, River Plate e o Águia de Prata. Depois surgiram outros times.

Na época até o meio da década de 1970 existiam outros “clubes” no bairro como o Botafogo que tinha somente as categorias de base. Era dente-de-leite, petiz, infantil e juvenil, os jogadores eram distribuídos conforme a faixa etária a partir dos sete anos até atingir a maior idade.

Os times de adultos eram River Plate e o Águia de Prata, naquele tempo era comum os times terem dois quadros. O primeiro quadro era formado por “atletas” mais experientes e o “segundinho” era mesclado entre jogadores com mais idade e os jovens recém-saídos dos juvenis. No caso do bairro Tupi os dois times de adultos eram assim. Nomes como Geraldinho, Luís, Otacílio, Cesar, Chiquinho Coelho, Nem Zé, Tostão, Biruta, Jorge (Damasceno) Borreira, Jorge Lombriga, Jorge da Égua, Copel, Waldizinho, Roberto, Marquinho, Lalado,Wilson Tranquilo , Baianinho, Dentinho, Ângelo, Tiãozinho e “seu” Conde e o filho Zezé, e outro Zezé que trabalhava em uma fabrica de cerveja, entre tantos outros nomes, eram as pessoas que militavam no futebol amador do bairro. O River Plate tinha até jogador estrangeiro, um italiano apaixonado por futebol brasileiro. Eles fazem parte da história do Tupinense.

No comando dos times além do “seu” Conde no Tupi, tinha o “seu” Geraldo que era o técnico do River Plate e tinha o Domício, Carlos Amaral no Botafogo e o Zezinho, um militar da PM que era técnico, goleiro e “dono do time” Águia de Prata.

Em busca do fortalecimento e mais representatividade no futebol amador da capital, houve uma fusão dos três clubes que se tornou o Tupinense. Reza a lenda que a escolha deste nome foi do “seu” Conde, como era objetivo do clube filiar-se a Federação Mineira de Futebol (FMF), foi necessário mudar o nome, pois existe um clube filiado na FMF com o nome de Tupi – em Juiz de Fora.

O Tupinense tem história e tradição no futebol de várzea que projetou o nome do bairro pela cidade. No meio dos boleiros o time é reverenciado pelo que apresenta dentro das quatro linhas. Dos jogos no campo onde agora é a Avenida Basílio da Gama e a Rua Hermes Fontes, ainda no começo do bairro, tem história. A resenha antes e depois dos jogos eram no Bar do Domício na Praça Cândido Portinari, o ponto final da linha 79. Era comemoração das vitóras depois dos festivais e lamentações por perder os jogos, pois não existiam campeonatos de futebol amador como na atualidade. Todo clube promovia seu festival nas datas de seus respectivos aniversários e convidavam times fortes, o que proporcionava bons jogos na Prova de Honra.

Muitas histórias do clube se foram junto com seus personagens, pessoas que contribuíram como o subinspetor da Polícia Civil Ildeu e o Landico, corretor de lotes do bairro. Outras pessoas vieram e assumindo a direção do clube, o tempo passando e a essência do futebol amador mudou. Antigamente para jogar no time o jogador tinha que pagar mensalidades, isto já não existe mais, também perderam-se alguns valores entre ele o amor à camisa.

A história vai se perdendo com o tempo deixando saudades, mas continua sendo escrita. Dois momentos importante que merecem registrados: o primeiro foi fora das quatro linhas, a iluminação do campo e o segundo, a Sessão Solene na Câmara Municipal do cinquentenário do clube. Estes são eventos que ressaltam a importância da instituição Tupinense.

Títulos e conquistas fazem parte do um novo tempo. Em meados de 1993/1994, foi a vez do Tupinense sentir o gostinho de ser campeão ao vencer a Chave BH, mas infelizmente perdeu para CAP de Pompéu o título geral da Copa Itatiaia. Neste ínterim vieram outros títulos da Copa Centenário, FMF/DFA nas categorias de base, e o clube foi diferencial para representar o Brasil em um importante torneio na América Central. Em outro momento também recebeu um grupo de jogadores dos Estados Unidos que fazia intercâmbio no Cruzeiro. Mesmo com o passar do tempo, mantiveram o sonho e recentemente o Tupinense conquistou o tão almejado título; CAMPEÃO GERAL DA COPA ITATIAIA. Pena que ainda não deu para fazer a festa dos 55 anos, o vírus está marcando em cima.