Surto de dengue em BH

SURTO DE DENGUE EM BH DEVE AUMENTAR

O surto de dengue em Belo Horizonte deve aumentar até o final de fevereiro e início de março deste ano. O alerta foi do secretário municipal de Saúde de Belo Horizonte, Danilo Borges, durante apresentação (quarta-feira, 31/01) das novas medidas para o enfrentamento à dengue e outras doenças.

“A gente percebeu um aumento da demanda por atendimento e é por isso que nós incrementamos as equipes nas UPAs, é por isso que nós abrimos os centros de saúde e é por isso que a próxima fase é abrir centros especializados de atendimento a dengue em várias regionais do município. Porém, com a escalada do número de casos prevista para as próximas semanas, especialmente entre o final de fevereiro e começo de março, esses serviços também serão muito demandados”, afirmou o secretário.

O Plano de Enfrentamento às Arboviroses 2024, da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), inclui ações para garantir a assistência médica às pessoas com sintomas de dengue, chikungunya e zika e controlar a transmissão das doenças na cidade.

Os dados divulgados pela Prefeitura de 2024 são 947 casos confirmados de dengue e 59 de Chikungunya. Até o momento, não há registros confirmados de zika.

A PBH anunciou que investirá R$ 16,5 milhões no enfrentamento ao Aedes aegypti. Recursos que são garantir a assistência médica que traz diversas estratégias, como a abertura seis de centros de saúde aos finais de semana e reforço com mais 600 profissionais da saúde. A partir desta quinta-feira (1/02) começou a funcionar um Centro de Atendimento às Arboviroses (CAA) na UPA Centro Sul, na Rua Domingos Vieira, 688, Santa Efigênia (ao lado do Centro de Especialidade Médicas da Santa Casa). O CAA funcionará de 7h às 19h exclusivamente para o cuidado de pessoas sintomáticas.

Lixo e bota fora próximo da Regional Norte
Lixo e bota-fora próximo da Regional Norte falta fiscalização Foto: Marcos Silva | JCA

Em Venda Nova também terá uma unidade do CAA que será aberta no próximo sábado (3), e na segunda-feira (5) uma Unidade de Reposição Volêmica (URV) na região Centro-Sul, destinada à hidratação dos pacientes, com funcionamento diário durante 24 horas para atender os pacientes encaminhados dos centros de saúde. Outras unidades poderão ser abertas conforme o cenário epidemiológico e gradualmente, priorizando os cuidados aos usuários.

“Todos serão atendidos. Isso é uma garantia que nós damos com muita segurança, com a experiência de ter atravessado outras epidemias que nos pressionaram muito. Esse plano que está sendo apresentado é fruto de lições aprendidas de anos anteriores e a nossa equipe, que hoje trabalha conosco, é veterana nesse tipo de enfrentamento”, completou o secretário de Saúde.

Para os pacientes com quadros mais graves de dengue ou outras arboviroses, a Secretaria Municipal de Saúde está mobilizando os 24 hospitais que atendem a rede SUS-BH na capital. O objetivo é garantir a retaguarda de leitos hospitalares e a disponibilização de serviços assistenciais.

A Fhemig se prontificou a disponibilizar as dependências do hospital Júlia Kubitschek (HJK) para abertura de uma Unidade de Reposição Volêmica (URV) e ampliação de leitos. Já o Hospital Infantil João Paulo II e o Eduardo de Menezes (HEM) atenderão pacientes com suspeita de dengue, chikungunya e zika.

Exames

Para os diagnósticos de dengue, chikungunya e zika, a PBH realizará exames PCR para essas doenças no Laboratório Municipal de Biologia Molecular. As amostras que atualmente são colhidas nos 152 centros de saúde e UPAs da capital, os exames serão analisados em unidade própria da PBH, garantindo resultados em tempo oportuno para a melhor condução clínica dos casos.

Para garantir reforço de pessoal às equipes, a Prefeitura de Belo Horizonte e o Exército Brasileiro poderá fazer parceria caso seja necessário.

Conforme o cenário epidemiológico, o serviço de teleatendimento poderá ser prontamente disponibilizado para as pessoas com sintomas de dengue, chikungunya ou zika. A estratégia é uma oferta complementar à rede de saúde do município e, para utilizar o serviço, o usuário deverá ser morador de Belo Horizonte e cadastrado em um centro de saúde da capital.

As consultas poderão ser realizadas por aqueles que apresentarem sintomas como febre, dores musculares e nas articulações, manchas vermelhas na pele, dor de cabeça ou atrás dos olhos, náuseas e vômitos.

O Plano de Enfrentamento às Arboviroses da Prefeitura tem duas vertentes. São elas:

Assistência Médica

Abertura de centros de saúde aos finais de semana;

Reforço nas equipes de atendimento;

Abertura de Centro de Atendimento às Arboviroses (CAA) e Unidade de Reposição

Volêmica (URV);

Teleatendimentos;

Articulação com 24 hospitais da rede SUS para disponibilização de leitos

hospitalares;

Ampliação de oferta e realização de exames diagnósticos para dengue,

utilizando o Laboratório Municipal de Biologia Molecular.

Prevenção

Aplicação de inseticida a Ultra baixo Volume (UBV) para o combate a mosquitos adultos em áreas com casos suspeitos de transmissão local;

Vistorias em imóveis;

Monitoramento de ovitrampas, com armadilhas instaladas em pontos estratégicos para acompanhar a circulação do Aedes aegypti;

Intensificação da fiscalização em áreas de lotes vagos e deposição clandestina de lixo;

Soltura de mosquitos com a bactéria Wolbachia em todas as regionais;

Intensificação dos mutirões de limpeza;

Campanha nas escolas da rede municipal;

Campanha publicitária com informações sobre as doenças e orientação de prevenção.

Abertura de Centros de Saúde

Os cinco centros de saúde abertos pela Prefeitura no último fim de semana, dias 27 e 28 de janeiro, atendeu 759 pessoas que apresentaram sintomas de dengue, chikungunya e zika. As unidades Aarão Reis, Carlos Renato Dias, Vera Cruz, Betânia e Rio Branco funcionaram das 7h às 19h.

Estas unidades deram suporte para UPAs que tiveram fluxo maior em razão do aumento de casos de dengue em Belo Horizonte.

Para conhecer os principais sintomas da dengue e como proteger, clique neste link:

Reportagem: Marcos Silva

Foto e Arte: Marcos Silva | JCA