Em referência ao Dia Mundial do Livro, celebrado em 23 de abril, a comunidade do bairro Floramar se uniu para dar vida a um sonho antigo: a criação de uma biblioteca comunitária.
No dia 23 de abril, comemoramos o Dia Mundial do Livro, uma data dedicada a exaltar o poder transformador da leitura e da escrita. Mais do que simplesmente decodificar palavras, a leitura nos convida a embarcar em uma jornada extraordinária pela imaginação, conhecimento e emoções. Por meio dos livros, podemos viajar para diferentes culturas e épocas, conhecer novas ideias e perspectivas, e desenvolver nossa criatividade, empatia e capacidade crítica.
Em meio à diversidade cultural da Região Norte de Belo Horizonte, destaca-se um projeto singular que vai além da simples entrega de livros: a Biblioteca Comunitária Floramar, idealizada por Cássio Cruz, criador do Bloco Carnaflora. Esta iniciativa se ergue como um farol de conhecimento e engajamento social, iluminando e renovando a esperança, além de proporcionar oportunidades para a comunidade. “Percebemos uma carência no acesso à leitura e à informação na nossa região”, ressalta Cruz.
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“Ler é fundamental para a vida, porque nos permite viajar por outros mundos sem sair do lugar.”
Conceição Evaristo
Movido por essa necessidade, o projeto nasceu com o objetivo de democratizar o acesso à literatura e ao conhecimento, proporcionando-os de forma gratuita. No entanto, a concretização desse “sonho” não foi isenta de desafios, ele conta que tiveram que enfrentar custos diversos, como “a manutenção do espaço, a escassez de voluntários, de convênios com o poder público, e ainda a concorrência das redes sociais. Foi um processo lento”, revela. Mas, apesar das dificuldades, a perseverança e o trabalho dedicado renderam frutos: a biblioteca conquistou um reconhecimento crescente por parte da comunidade, evidenciando sua relevância e impacto social.
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Leitura, antes de mais nada, é estímulo, é exemplo.
Ruth Rocha
“Acreditamos que a oferta de literatura diversificada e conteúdo informativo é fundamental para o despertar da consciência crítica e da cidadania”, ressalta Cássio. A biblioteca se posiciona como peça fundamental no tecido social local, participando ativamente de iniciativas regionais, desde eventos carnavalescos até manifestações políticas. “Nossos projetos visionários incluem oficinas variadas, cursos online e festas populares, buscando inspirar sonhos e aspirações entre os membros da comunidade, especialmente as crianças”, enfatiza Cruz.
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Um livro é um brinquedo feito com letras. Ler é brincar.
Rubem Alves
Neste contexto, o Dia Nacional do Livro Infantil assume uma importância ainda maior para a Biblioteca Comunitária Floramar. “Celebramos não apenas os livros, mas também o potencial ilimitado das crianças. Através do incentivo à leitura contínua entre os jovens, a biblioteca reafirma seu compromisso com o desenvolvimento integral da comunidade. As crianças leitoras são não apenas a esperança do país, mas também os arquitetos de uma sociedade mais consciente e engajada”, conclui Cássio Cruz. Assim, a biblioteca transcende a mera função de um local para armazenamento de livros, transformando-se em um verdadeiro centro de transformação social.
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O que leva uma criança a ler é o exemplo.
Ana Maria Machado
A Biblioteca Comunitária está localizada na Rua José Ferreira Magalhães, 37, no Floramar, e abre às segundas, quartas e sextas-feiras, das 9h às 18h. Para mais informações, é possível contatá-los pelos números (31) 99637-6979 ou (31) 3223-8506. O site da biblioteca é: https://bibliotecacomunitariafloramar.i10bibliotecas.com.br/
Dia Nacional do Livro Infantil: Cultivando o Amor pela Leitura nas Crianças
Data ressalta relevância da leitura e da imaginação para o desenvolvimento de crianças, e fortalece a capacidade de sonhar por meio das páginas dos livros.
No dia 18 de abril, comemoramos o Dia Nacional do Livro Infantil, uma ocasião especial para ressaltar a importância da leitura no desenvolvimento das crianças. Além de ser uma forma de entretenimento, os livros são ferramentas poderosas que abrem as portas para um universo de conhecimento, imaginação e emoções. Através da leitura, as crianças embarcam em uma jornada extraordinária que molda sua percepção do mundo, expande horizontes e alimenta sonhos.
Para explorar mais sobre esse fascinante mundo dos livros infantis, o Comunidade em Ação teve a oportunidade de conversar com Maria José, de 69 anos, carinhosamente conhecida como Majô, que durante muitos anos esteve à frente da biblioteca da Escola Municipal Hélio Pellegrino, no bairro Guarani, Majô compartilhou conosco uma experiência rica e inspiradora.
“Era simples o incentivo que eu oferecia aos alunos, especialmente quando não se sentiam bem ou fingiam estar doentes e desciam para a biblioteca: eu os colocava para ler. Seja um gibi, um livro de Geografia ou Português, tudo o que eu tinha era o meu acervo, sem nem mesmo um giz disponível, já que a biblioteca não dispunha disso. Ali, nós conversávamos, trocávamos ideias, e logo o estudante mal aparecia mais. O interesse por ler só aumentava na biblioteca”, relembra a educadora.
Majô, que está aposentada há mais de 11 anos, relata que buscava diversas maneiras de despertar o interesse das crianças pela leitura. “Desde revistas em quadrinhos, que cativavam os mais jovens, até jornais e revistas mais completas, que ofereciam um leque de conteúdo para os alunos do sexto e sétimo ano. Outro ponto importante é o envolvimento dos pais nesse processo. Ler junto com os filhos, especialmente nas séries iniciais, é uma forma poderosa de estimular o gosto pela leitura desde cedo”, enfatiza.
O legado da Maria José nos inspira a cultivar o amor pela leitura nas crianças desde cedo. “Como ‘bibliotecária por vocação’ da Escola Municipal Hélio Pellegrino por tantos anos, tive a oportunidade de presenciar o poder transformador da leitura na vida das crianças. Através dos livros, elas embarcavam em aventuras, exploravam novos mundos e alimentavam sua imaginação”, destaca Majô.
Minha Jornada na Educação Infantil: 50 Anos de Paixão
Com meio século dedicado à educação em Belo Horizonte, participei ativamente de projetos em escolas públicas e privadas, além de projetos voluntários de Educação Ambiental na Região Norte. A biblioteca se tornou meu refúgio, onde pude aplicar meus conhecimentos em Artes Plásticas, Educação Física, Artes e Biblioteca, organizando oficinas e atividades para as crianças.
Essa experiência única me permitiu reconhecer os talentos e interesses únicos de cada criança, mostrando que o aprendizado vai além das disciplinas tradicionais. Hoje, olho para trás com imensa gratidão por ter contribuído para a formação integral de tantas crianças.
Maria José Zeferino Vieira
Reportagem: Raquel Santiago
Fotos cedidas ao Jornal e Portal COMUNIDADE EM AÇÃO