EDITORIAL – Viver é um ato político

Sobreviver às eleições é um ato de resistência

 

Estamos próximo das eleições. Desta vez temos uma situação inédita pós-redemocratização do Brasil onde um ex-presidente busca voltar ao cargo disputando a eleição com um candidato que está no poder. Caso semelhante aconteceu com Getúlio Vargas. Para que lembra um pouco da nossa história, sabe como foi conturbado o momento político da época.

Atualmente também vivemos momentos conturbados em um país divido com palavras de ordem, muitas das vezes sem sentido e estranhas. Palavras que encobre a consciência política do eleitor. Os mais atentos ao cenário político estão fazendo comparações entre os tipos governos recentes que tivemos.

Os candidatos estão aproveitando, uns mais abertamente e outros falam da polarização entre aqueles que estão na frente das pesquisas. Pouco se viu de propostas entre os candidatos à presidência. Quando a fizeram eram propostas de cunho social com criação e aumento dos auxílios para população. É justo o país ter programas sociais que socorrem a população, é necessário porque é papel do governo, não do governante, ter políticas públicas para atender e amparar a população. Diversos países têm programas sociais.

Ao colocar em pauta a criação e ampliação de programas sociais da forma que estão fazendo os candidatos, fica evidente ausência da retomada da economia do país. E a principal é a criação de empregos e renda para população e políticas de combate a inflação.

Outro ponto que está passando despercebido pelo eleitor é a importância na escolha dos deputados e senadores. O nosso sistema político é, na prática, próximo de semi-parlamentarismo. São os deputados e senadores que definem as leis que serão aplicadas no Brasil. Em uma explicação bem simples. Os deputados e senadores criam um Projeto de Lei (PL) e aprovam após os trâmites e regras estabelecidas no Congresso. Cabe ao Presidente da República aprovar, sancionar ou vetar totalmente, ou parcialmente.

Agindo assim, cabe os deputados manterem o veto ou derrubá-lo, sobrepondo a decisão do Presidente. É quando entra a política do “toma lá, dá cá”.
Dai a importância de o eleitor saber escolher os deputados e senadores. As regras são semelhantes para os governos do Estado e aplica-se quando a eleição é municipal.

Diante desta situação, o eleitor não deve preocupar nas propostas de presidentes, mas observar os candidatos a deputados e suas propostas. Tem candidato falando que vai defender interesses de time de futebol ao SUS, passando por melhor política, aposentadoria do trabalhador. Tem de tudo, sobreviver às eleições é um ato de resistência.

Marcos Silva – redacao1@comunidadeemacao.com.br

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