Em protesto pela demora no atendimento médico, pacientes colocaram fogo em frente na UPA-Norte (Unidade de Pronto Atendimento). A noite desta segunda-feira (22) e madrugada da terça-feira (23) foi marcada por demora no atendimento, reclamações e muita lotação em diversas unidades de saúde em Belo Horizonte.
As reclamações surgiram no início da noite de segunda-feira (22) em razão da demora no atendimento e superlotação na UPA-Norte que fica na Av. Risoleta Neves (Via 240) no limite entre o bairro Novo Aarão Reis e Guarani. Em vários grupos de moradores WhatsApp da Região Norte tem relatos de pacientes que há mais de 6 e até 10 horas aguardava por consulta após passar pela triagem para classificar a prioridade de atendimento. O que mais ouvia eram desrespeito e descaso com o usuário do SUS.
Recebemos diversas reclamações, via WhtasApp, da demora no atendimento e os pacientes relatando que a recepção estava cheia. O portal COMUNIDADE EM AÇÃO teve acesso à informação divulgada na segunda-feira (22) no grupo de mensagens pela presidente do Conselho de Usuários da UPA-Norte, Maria das Graças, que relatava que “super lotação da UPA Norte com muitas horas de espera com poucos profissionais para agilizar o atendimento com a ala da UDC e corredor cheio, SAMUR tendo que deixar a macra por que: na unidade não tem o suficiente!” (sic).
Em outro trecho da mensagem, a presidente informou que naquela segunda-feira só havia quatro médicos na Unidade de Pronto Atendimento para atender os pacientes. Outra informação é que a subgerente está de férias.
Procuramos a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (PBH) em nota enviada ao portal COMUNIDADE EM AÇÃO publicamos na íntegra: “A Prefeitura de Belo Horizonte informa que nesta terça-feira, dia 23, a UPA Norte conta com sete médicos para o atendimento da população. Das 7h às 16h45, 180 pessoas foram atendidas, sendo 140 classificadas como casos leves. Já na segunda-feira, dia 22, a unidade contava com equipe médica completa, com oito profissionais. Durante todo o dia foram realizados 379 atendimentos, sendo 253 classificadas como casos leves.
Sobre o tempo de espera, cabe esclarecer que era de cerca de 2h para o atendimento dos casos mais leves. É importante lembrar que, por ser uma unidade de urgência, a unidade utiliza o Protocolo de Manchester para classificação de risco, priorizando o atendimento a pacientes mais graves e de maior complexidade.
A Secretaria Municipal de Saúde esclarece ainda que trabalha para manter as equipes sempre completas e, no período de férias, outros profissionais assumem as funções.”
Problemas desde a inauguração
Desde inauguração em agosto 2020, a UPA-Norte tem problemas estruturais, desde falta de ar condicionado para todo prédio, gerador de energia elétrica que atenda toda a unidade na falta de energia elétrica. Até mesmo a falta do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB). O documento emitido pelo Corpo de Bombeiro que certifica a instalação correta dos equipamentos de prevenção de incêndio. Problema denunciado pelo COMUNIDADE EM AÇÃO em Abril de 2023.
Inaugurado precariamente para atender a demanda de pandemia da Covid-19, atualmente a UPA-Norte atende mais de 110 mil pacientes/ano* sendo a maior de Belo Horizonte em fluxo de usuários, segundo relatório obtido em maio de 2023 pelo portal COMUNIDADE EM AÇÃO.
Se a infraestrutura de energia elétrica é insuficiente e as e eventuais falta de água prejudica o atendimento, a UPA-Norte tem problemas também com a falta de médicos e enfermeiros. O questionamento maior sempre a falta de pediatras e ortopedistas. Nestes casos o problema aumenta acontecem nos fins de semana e no atendimento noturno.
O motivo constatado nas reuniões plenárias do Conselho Distrital de Saúde são a falta de médicos, equipes dos Centros de Saúde que estão incompletas. Na dúvida se o será atendido no Centro de Saúde, o paciente recorre à UPA-Norte na esperança de ser atendido mesmo que demorar.
Uma alternativa que os moradores da Região Norte estão recorrendo é consultar na UPA da regional Nordeste que fica no bairro São Paulo. O comentário de quem é atendido na “UPA do Aparecidinha” como é conhecida, fazendo referência antigo hospital. “Sempre que chegamos lá somos pronto bem atendidos e o local é relativamente vazio” comenta a Dona Francisca do bairro Felicidade.
*Errata: ao contrário que informamos que a unidade de saúde atende 110 mil pacientes/mês, o correto é que UPA-Norte atende 110 mil pacientes/ano.
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Reportagem: Marcos SIlva
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