Dezoito médicos de Angola estão atuando em sete Centros de Saúde da Regional Norte de Belo Horizonte como parte de um intercâmbio internacional voltado para a Atenção Primária à Saúde (APS). O grupo participa de um estágio de três meses que busca promover a troca de experiências e a qualificação profissional.
A chegada dos profissionais acontece em um momento crítico para a rede pública da região: alguns Centros de Saúde da Regional Norte estão enfrentando a ausência de médicos em suas equipes. Segundo apuração do Comunidade em Ação, a expectativa é de que a situação só comece a se normalizar quando novas turmas de medicina concluírem sua formação — um processo que leva tempo. É comum que os médicos alocados nesses centros sejam recém-formados.
Os angolanos acompanham o funcionamento das Equipes de Saúde da Família (ESF), observam os fluxos de atendimento e participam de atividades em tempo integral, de segunda a sexta-feira. A escolha de Belo Horizonte como sede do estágio é resultado de uma cooperação entre os ministérios da Saúde do Brasil e de Angola. Além da capital mineira, outros grupos também estão sendo recebidos pela USP, em Ribeirão Preto, e pela Unicamp, em Campinas (SP).
Ao contrário do Programa Mais Médicos, o objetivo aqui não é preencher vagas de atendimento, mas promover o desenvolvimento profissional dos médicos estrangeiros. Ainda assim, a presença deles traz alívio temporário para a sobrecarga enfrentada por parte das unidades de saúde da Regional Norte.
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A diretora de Educação em Saúde, Tatiane Caetano, destacou a importância do intercâmbio: “Para nós é uma oportunidade de reafirmar nosso compromisso com a troca de conhecimentos e o fortalecimento da atenção primária. Tenho certeza de que essa experiência será transformadora para todos os envolvidos”.
Hoje, a cobertura das ESF em Belo Horizonte é de 86,58% da população. Os demais usuários são atendidos por profissionais de apoio, o que garante atendimento integral na Atenção Básica.