E agora José? E agora Maria? O carnaval acabou, o trio elétrico desligou, o bloquinho só no outro carnaval e tudo sumiu. Sim, tudo sumiu, incluindo o seu celular, que foi roubado durante o carnaval. Com o seu celular foram os “contatinhos” das pessoas que você conseguiu durantes os desfiles dos blocos.
O texto remete o leitor ao poema José, publicado em 1942, do poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade. Nos versos o poeta, descreve a situação de solidão e abandono de indivíduo perdido e sem saber qual o caminho tomar.
O poeta modernista certamente não imaginava que esta analogia serviria para alertar para os roubos de celular, aparelhos que para diversas pessoas são a extensão do corpo. Quando o perde, por algum motivo, tem a mesma sensação. Drummond descreve que o cidadão está com a chave não mão e não existe uma porta.
Mas nem tudo está perdido
Existe esperança. Desde 2016 a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) tem preocupado como encontrar uma maneira para as pessoas poderem bloquear em todo país os celulares perdidos, extraviados ou roubados, informando somente para operadora o número da linha. Desde novembro 2022 não é preciso mais informar o IMEI, o qual é a sequência numérica do aparelho presente em todos os celulares, conforme anunciou Anatel.
Outra informação importante da Anatel, referente ao Cadastro Nacional de Estações Móveis Impedidas (CEMI) o qual é integrado à base mundial de celulares administrada pela GSM Association (GSMA). O Brasil pode trocar informações com os países conectados a GSMA evitando que aparelhos roubados, perdido e extraviados sejam habilitados no Brasil ou no exterior e vice-versa. A iniciativa desburocratiza o processo de bloqueio de aparelhos de celular.
Plataformas para bloqueio
Nos estados os governos disponibilizam plataformas para o bloqueio dos celulares roubados, furtados ou desviados. Desta forma contribui para a redução dos crimes, diminuindo o valor de mercado destes produtos na comercialização feita por criminosos, além de proteger informações pessoais das vítimas.
Em Minas Gerais, com quase cinco anos de operação, a Central de Bloqueio de Celulares do Estado de Minas Gerais (Cbloc), criada em julho de 2018, já inutilizou mais de 34 mil celulares furtados ou roubados em Minas.
Na plataforma Cbloc qualquer cidadão que tenha sofrido este tipo de delito em Minas Gerais, faz o registro da ocorrência de forma gratuita e fácil. Bloqueando o celular protege os dados pessoais como fotos ou caminhos de GPS salvos, a pessoa só precisa do número da linha. O bloqueio impede a pessoa que cometeu o crime possa ativar o aparelho para uso na rede de telefonia móvel.
Como acessar o Cbloc
O sistema da Cbloc está no site da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). O cidadão pode fazer a solicitação diretamente na página www.cbloc.seguranca.mg.gov.br com o Registro de Eventos de Defesa Social (Reds), o antigo boletim de ocorrência, em mãos. Com poucos cliques, informando apenas o número de telefone ou o número do IMEI do aparelho e dados pessoais.
No caso de recuperação por autoridades policiais dos aparelhos roubados ou furtados, será realizado contato com o proprietário. Para retirar o aparelho celular, o proprietário vai até à unidade policial e mediante o preenchimento do Termo de Restituição. O desbloqueio do aparelho na Anatel será feito pela autoridade, por meio de sistema próprio.
Antes de comprar um aparelho as pessoas devem consultar pela internet se o celular está bloqueado por roubo ou furto no site: www.consultaaparelhoimpedido.com.br principalmente quando vai comprar aparelho de segunda mão. O IMEI do aparelho celular que pode estar na Nota Fiscal, na embalagem ou no aparelho celular discando #06# – Todo o serviço é gratuito.
Reportagem: Marcos Silva
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